1.2 Festa dos Tabernáculos
A Festa dos Tabernáculos (Sukkot) é um memorial que relembra o período em que os israelitas habitaram em tendas no deserto, com a presença manifesta de Deus na tenda sagrada. Por essa razão, muitos estudiosos associam o nascimento de Jesus ao período desta festa, celebrada no outono (setembro/outubro).
O apóstolo João declara:
“Assim, a Palavra se fez carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Filho unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João 1:14)
No texto original grego, a palavra traduzida como “viveu entre nós” significa literalmente “tabernaculou” ou “armou sua tenda” entre nós. Embora a Bíblia não informe a data exata do nascimento de Jesus, a Festa dos Tabernáculos, além de representar a sua segunda vinda (como estudamos no módulo anterior), também simboliza a sua primeira vinda. Jesus é o cumprimento de todos os símbolos presentes no Tabernáculo, como veremos em nosso estudo.
É importante destacar que é pouco provável que Jesus tenha nascido no dia 25 de dezembro. Essa data foi escolhida simbolicamente no século IV pela Igreja Católica Romana, coincidindo com festas pagãs importantes, como o dia do “Sol Invicto” e a “Saturnália”.
Além disso, em Lucas 2:8 é mencionado que os pastores estavam nos campos durante a noite. Isso torna improvável um nascimento em dezembro, pois o inverno em Belém é rigoroso, frio e chuvoso, e os rebanhos normalmente ficavam abrigados.
A Festa dos Tabernáculos revela não apenas o passado do povo de Israel no deserto, mas também aponta para a encarnação de Cristo, que “tabernaculou” entre nós. Essa conexão profunda entre o Tabernáculo e a pessoa de Jesus reforça a importância de compreender as festas bíblicas como símbolos vivos da presença e do plano redentor de Deus na história.
O livro de Hebreus é fundamental para compreendermos o que será estudado neste módulo. O autor apresenta Cristo como o Sumo Sacerdote perfeito, mediador da Nova Aliança e o pleno cumprimento das promessas do Antigo Testamento.
Sobre Jesus, o Sumo Sacerdote perfeito, lemos:
“Cristo se tornou o Sumo Sacerdote dos bens que já estão presentes. Ele entrou no tabernáculo maior e mais perfeito, que não foi feito por mãos humanas, isto é, que não pertence a este mundo.” (Hebreus 9:11)
No capítulo 10, o autor reforça:
“Pois a vontade de Deus era que fôssemos santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez por todas. Ao contrário do sacerdote que se apresenta diariamente para realizar os mesmos serviços sagrados e oferecer repetidos sacrifícios que nunca podem remover os pecados, nosso Sumo Sacerdote ofereceu a si mesmo uma única vez pelos pecados, para sempre. Depois disso, Ele se assentou à direita de Deus e aguarda até que seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. Por meio dessa única oferta, Ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados.” (Hebreus 10:10–14)
Por isso, embora citemos diversas passagens do Antigo Testamento e do livro de Apocalipse, usaremos o livro de Hebreus como base para conectar todas essas revelações.
Como exemplo, a revelação da cruz está sempre presente — seja na disposição divina dos utensílios do Tabernáculo, seja, como veremos em outra aula, na organização das doze tribos ao redor do Santuário.