5. Sacerdócio

O sacerdócio levítico foi instituído por Deus como parte central da aliança com Israel no deserto, tendo como finalidade principal a mediação entre Deus e o povo, especialmente no contexto do Tabernáculo e, posteriormente, no Templo. Esse sacerdócio surgiu da tribo de Levi, a qual foi escolhida por Deus para servir exclusivamente nas funções sagradas, após o episódio do bezerro de ouro, quando os levitas se mantiveram fiéis ao Senhor (Êxodo 32:25-29). Dentre os levitas, Deus separou especificamente a casa de Arão para exercer o sacerdócio propriamente dito (Êxodo 28:1). Arão, irmão de Moisés, foi o primeiro sumo sacerdote, e seus descendentes, chamados de "filhos de Arão", formaram a linhagem sacerdotal exclusiva, responsável pelos sacrifícios e pelos ritos mais santos.

Os sacerdotes da linhagem de Arão tinham como missão oferecer sacrifícios, manter o altar, acender as lâmpadas do candelabro, apresentar o incenso e zelar pela santidade no Tabernáculo. Apenas o sumo sacerdote tinha o direito de entrar no Santo dos Santos, uma vez ao ano, no Dia da Expiação (Yom Kippur), para fazer expiação pelos pecados do povo (Levítico 16).

No Antigo Testamento, Deus estabeleceu uma estrutura sagrada e bem definida para o culto de Israel, especialmente no Tabernáculo. Dentro dessa organização, três grupos se destacavam no serviço religioso: os levitas, os sacerdotes e o sumo sacerdote. Cada um possuía funções específicas e diferentes níveis de acesso às áreas do Tabernáculo, de acordo com o plano divino.

Os Levitas eram descendentes da tribo de Levi, escolhidos por Deus para servir no Tabernáculo e, posteriormente, no Templo (Números 3:5-10). Eles não recebiam herança de terras, pois o próprio Senhor era a sua herança (Números 18:20). Atuavam como auxiliares dos sacerdotes, sendo responsáveis por funções práticas como o transporte, a montagem e a manutenção do Tabernáculo, o cuidado com os utensílios sagrados (após serem cobertos pelos sacerdotes), e também o ministério do louvor e do ensino da Lei. No que diz respeito ao acesso ao Tabernáculo, os levitas podiam atuar apenas no Átrio Externo, onde ficavam o Altar de Bronze e a Bacia de Bronze. Eles não podiam entrar no Lugar Santo ou no Lugar Santíssimo, sob pena de morte (Números 4:19-20).

Os Sacerdotes, por sua vez, eram uma linhagem específica dentro da tribo de Levi, composta exclusivamente pelos descendentes diretos de Arão, irmão de Moisés (Êxodo 28:1). Eram os ministros responsáveis pelas funções mais sagradas do culto, como oferecer sacrifícios no Altar de Bronze, realizar as lavagens rituais na Bacia de Bronze e ministrar no Lugar Santo. Dentro do Lugar Santo, eles cuidavam da manutenção do Candelabro (mantendo-o aceso), trocavam semanalmente os Pães da Proposição na mesa e queimavam incenso no Altar de Incenso diariamente. Eles também tinham autoridade para ensinar a Lei, declarar o diagnóstico de impurezas e interceder pelo povo. Contudo, não podiam entrar no Lugar Santíssimo em hipótese alguma.

O Sumo Sacerdote era o ofício mais elevado entre os sacerdotes, sempre ocupado por um descendente de Arão, geralmente o primogênito. Ele tinha uma função única e exclusiva: entrar no Lugar Santíssimo (Santo dos Santos), onde estava a Arca da Aliança, mas isso só podia ocorrer uma vez ao ano, no Dia da Expiação (Yom Kippur), seguindo um ritual extremamente rigoroso (Levítico 16). Nesse dia, ele oferecia sacrifícios por seus próprios pecados e pelos pecados de toda a nação, aspergindo o sangue no Propiciatório. Além de ter acesso ao Lugar Santíssimo nesse único dia, o sumo sacerdote também tinha livre acesso ao Átrio e ao Lugar Santo, supervisionando todo o serviço sacerdotal. Suas vestes eram especiais, compostas por túnica bordada, éfode com pedras preciosas representando as doze tribos, peitoral com o Urim e Tumim (para consultas a Deus), mitra com a frase "Santidade ao Senhor" e uma túnica azul com romãs e sinos, todos com significados profundos e proféticos.

Em resumo, a estrutura do Tabernáculo representava graus de acesso cuidadosamente delimitados: