2. Lugar Santíssimo

Em Lucas 24, após a morte e ressurreição de Jesus, dois discípulos caminhavam entristecidos em direção a Emaús, uma aldeia a cerca de 11 km de Jerusalém. Abatidos pela aparente ausência do Mestre, estavam tomados por tristeza e incerteza. No caminho, Jesus se aproxima de forma discreta, sem revelar sua identidade. Somente após ouvirem suas dores e frustrações, Ele começa a se revelar:

“Como vocês são tolos! Como custam a entender o que os profetas registraram nas Escrituras! Não percebem que era necessário que o Cristo sofresse essas coisas antes de entrar em sua glória?”. Então Jesus os conduziu por todos os escritos de Moisés e dos profetas, explicando o que as Escrituras diziam a respeito dele.” (Lucas 24.25-27)

Então, Jesus os conduz por todos os escritos de Moisés e dos profetas, explicando o que as Escrituras diziam a respeito dEle. É possível que, nessa exposição, Ele também tenha revelado o significado profético do Ciclo das Festas e do Tabernáculo, mostrando como cada detalhe se cumpria em sua pessoa.

Cristo é a peça central que conecta todas as partes do grande plano revelado nas Escrituras. Como afirmou o apóstolo Paulo aos atenienses:

“Deus fez tudo isso para que as nações o buscassem e, mesmo que tateando, pudessem encontrá-lo, ainda que Ele não esteja longe de nenhum de nós.” (Atos 17:27)

Entre os símbolos mais ricos do Antigo Testamento está o Lugar Santíssimo, também chamado de Santo dos Santos — o espaço mais sagrado do Tabernáculo de Moisés, onde se manifestava a presença gloriosa de Deus. Esse ambiente, inacessível ao povo, revelava a santidade e a proximidade de Deus com Israel. No entanto, essa presença encontrou seu pleno cumprimento em Cristo, o Emanuel, “Deus conosco” (João 1:14). Nele, a presença divina deixou de estar confinada a um lugar físico e passou a habitar entre os homens.